Arpad Szenes

  • Pintor de origem húngara, nasceu em Budapeste no dia 6 de Maio de 1897 e morreu em Paris em 1985, no dia 16 de Janeiro.
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Nasceu no seio de uma família privilegiada e foi educado num meio cosmopolita, intelectual e artístico. Revelou, desde criança, uma especial aptidão para o desenho. Nos anos 1916-1918 conheceu o escultor Bokros Bierman que lhe deu a conhecer a arte contemporânea internacional. Em 1920, frequentou a Academia Livre de Budapeste onde o ensino era avançado e liberal. Teve como professor o autoritário Rippl-Rónai que conhecera Matisse, Maillol, Marquet, Bonnard, Vuillard e lhe revelou a arte francesa anterior à guerra. Descobriu também a música de Bartok e Kodaly e a arte de vanguarda de Lajos Kassak, pintor, escultor e escritor ligado ao movimento Dada. Expôs, pela primeira vez, em 1922, pinturas abstractas no Museu Ernst de Budapeste, num concurso de jovens artistas. Depois de percorrer as capitais artísticas da Europa (Viena, Berlim, Florença, Roma) numa viagem de formaçao que seria o prenúncio de um afastamento definitivo da Hungria, fixou-se em Paris em 1925. Para sobreviver, fez caricaturas nos cafés e cabarets de Montmartre. Em 1929, conheceu Maria Helena Vieira da Silva na Academia da Grande Chaumière, com quem se casou em 1930. Instalaram-se na Villa des Camélias (pequena casa no 14º bairro) que deu origem a uma interessante série de obras com o mesmo título, e frequentaram artistas como Pascin, Varèse, Kokoschka, Canto da Maia, Lipchitz, entre outros. A partir desta data, realizou inúmeros retratos da mulher. Arpad Szenes fez também, nessa época, trabalhos em artes gráficas, realizando vários cartazes que reflectem o seu conhecimento da Bauhaus. Em 1931, iniciou-se na gravura com Hayter no Atelier 17 – local de experimentação e de criativa troca de ideias - onde contactou com os surrealistas, Miró, Tanguy, Odilon Redon e Max Ernst, em particular. São notórias as afinidades que a sua obra apresenta com o surrealismo durante um certo período. A partir deste ano expôs regularmente no Salon des Surindépendants e, no ano seguinte, conheceu a galerista Jeanne Bucher que teve um papel importante na descoberta de toda uma nova geração de artistas. Em 1935, o casal passa uns meses em Portugal: a luz, o mar e as paisagens inspiram Arpad Szenes, fazendo-lhe lembrar o seu país natal. Em 1936, expôs obras abstractas em Lisboa, com Vieira da Silva e em 1939 fez uma exposição individual na galeria Jeanne Bucher em Paris. Iniciou-se na decoração, em 1937, colaborando na equipa de Jean Lurcat na Exposição Universal de Paris. Depois de viverem um ano na nova casa do Boulevard Saint-Jacques, em 1939 Arpad Szenes e Vieira da Silva deixam Paris devido ao perigo que a guerra representava, sobretudo para Arpad, Húngaro e judeu. Em Lisboa tentaram, em vão, obter a nacionalidade portuguesa,. Por isso partiram para o Brasil em 1940, onde permaneceram até 1947. Uma forte amizade ligou-o aos poetas Cecília Meirelles e Murilo Mendes. A sua pintura tornou-se mais íntima e familiar, as dimensões reduziram-se. Realizou inúmeros retratos de Vieira da Silva concentrada, a pintar, dando início a um dos seus temas de eleição que lhe serviram de pretextos de investigações plásticas e variações poéticas. No Rio de Janeiro organizou um atelier de pintura para jovens artistas e colaborou em várias publicações periódicas. A ilustração de obras literárias revelou-se uma actividade particularmente adaptada à sua sensibilidade. Os inúmeros estudos para as ilustrações da obra de Rainer Maria Rilke, O canto de amor e de morte do cornetim Christophe Rilke, deram origem à importante série do tema Banquets. De regresso a França (1947) a sua produção é marcada pelas séries abstractas dos Banquets, Parques, Conversations, em inúmeras variações, utilizando as mais diversas técnicas e suportes. As formas tornaram-se mais ligeiras e as cores desvanecidas. A sua obra, tendo cumprido ciclos sucessivos de evolução, passou então a centrar-se nas sensações da luz e na exploração da atmosfera, caracterizando-se pelos formatos verticais ou ao horizontais, numa delicadeza espacial sugerida pela arte japonesa. A partir de 1950, os guaches e as têmperas, de extrema sensibilidade, tornaram-se importantes na pintura de Arpad, sendo as técnicas que melhor traduziram a sua pesquisa de luminosidade e de sugestão. Em 1953, Arpad Szenes instala-se no atelier da avenue Denfert-Rochereau, local que condiz com a sua natureza poética. Em 1956, obteve a nacionalidade francesa, assim como Vieira da Silva, e nesse mesmo no adquirem a casa (e ateliers) da rue de l’Abbé Carton. Os anos 60 foram anos de uma discreta “consagração”: aquisições de suas obras por Museus franceses, exposições individuais em França e no estrangeiro, condecorações do Estado francês. Foram também anos de intensa produção (1960-1980), em que a exploração da atmosfera, a organização lumínica e rítmica regeram as suas pinturas, as suas paisagens imaginadas. Mais discreta, a cor também se transformou e contribuiu de maneira decisiva para criar o espaço espiritual e a luminosidade que as pinturas evocam. O branco, nas variações de cinzentos, rosas, ocres, azuis ou amarelos em fundos ou em sobreposições suaves, concentra luz e transparência. A obra de Arpad Szenes foi várias vezes referida como sendo silenciosa, evocativa e por vezes evasiva. Voluntariamente retirado para segundo plano em função de Vieira da Silva, Arpad Szenes não deixa de ser uma referência importante na arte do seu tempo. Foi um dos melhores representantes da Escola de Paris dos anos 40, apesar da discrição e modéstia que o caracterizaram. Marina Bairrão Ruivo Bibliografia seleccionada: Arpad Szenes, catalogue raisonné des dessins et des peintures, Paris : Skira, 2005. Arpad Szenes, Paris : ed. Association pour la Promotion des Arts, Salle Saint-Jean – Hôtel de Ville de Paris, 2000. Centenário de nascimento – Arpad Szenes, Lisboa: ed. Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, 1997. PHILIPE, Anne e WEELEN, Guy - Arpad Szenes, Lisboa: ed. Publicações Europa-América , 1992.

OBRAS DE ARTE

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Disponível
200,00 €
Categoria: Obra Gráfica Autor: Árpád Szenes Titulo: Sem título  Ano: 1988 Técnica: Gravura Edição: 150 Exemplares Suporte: Papel Dimensões: 30 x 21 cm Colecção: ÁRVORE
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